terça-feira, 22 de julho de 2008

“A Lei Maria da Penha ajudou as mulheres a terem mais coragem para denunciar”

Fugindo um pouco da proposta do blog...

*Por Katarine Rosalem

Há um ano e três meses trabalhando como delegada de polícia do estado, Cláudia de Freitas Coutinho Dematté passou por delegacias do interior e atualmente é chefe da delegacia de defesa da Mulher em Vitória, onde é titular há um mês.
Aos 27 anos se diz realizada profissionalmente e aposta na competência e na garra dos 36 novos delegados, nomeados em 2007 e 2008, para ajudar a combater a criminalidade no Espírito Santo.
Apesar da beleza, garantiu que nunca pensou em ser modelo e que seguir a carreira como delegada foi um sonho que começou antes mesmo de entrar na faculdade.
Filha de pai advogado, e casada desde janeiro desse ano, a delegada formada em direito pela Universidade de Vila Velha (UVV) em 2003, e pós-graduada em Direito Público e Penal, Cláudia conversou com a reportagem de A Tribuna na delegacia no Barro Vermelho, e falou sobre a realização do sonho de ser advogada; de como se impor em uma profissão dominada pelos homens e sobre a importância da lei Maria da Penha.
Empolgada com a profissão e a carreira, ainda não pensa em filhos, pretende fazer um mestrado em Direito Penal no ano que vem, e defender uma tese relacionada à área da violência contra a mulher.

Notinhas - Você é bonita, inteligente... Já pensou em ser modelo?
Cláudia Dematté - Imagina, eu nunca pensei em ser modelo, não tenho perfil para essa profissão. Acho que teria vergonha de ser modelo (risos). Meu sonho sempre foi seguir carreira criminal.

Pratica esportes?
No momento estou parada, mas pretendo voltar para a academia logo, logo. Infelizmente, nosso dia-a-dia é muito corrido e sobra pouco tempo para se dedicar aos esportes, mas eu pratiquei capoeira durante cinco anos... Amo esse esporte. Mas se voltar a fazer atividade física vai ser academia mesmo.

Quando você pensou em ser delegada?
Na verdade, eu já entrei na faculdade com esse objetivo. Quando eu comecei a estudar eu já sabia que não queria advogar. Na verdade eu sempre pensei em duas carreiras: ou delegada de polícia, ou promotora de justiça, que são as áreas com as quais me identifiquei mais, pois desde o início gostei mais da área criminal. Eu sempre admirei essa área. Para mim, o trabalho de um advogado é nobre.

Por quê?
A nossa profissão de delegado, é muito importante, tem uma característica que exige do profissional muita atenção e raciocínio rápido, pois nós temos que pensar rápido, decidir no momento. Temos pouco tempo para ter certeza se aquela situação é um flagrante; se o caso constitui mesmo um crime... É um desafio. Então, é um cargo gratificante, é nobre. Eu gosto disso. Amo a minha profissão.

Sua família aceitou sua escolha?
Meus pais, minha irmã e meu marido sempre me apoiaram porque eles sabiam que era meu sonho seguir essa profissão. Meu pai é advogado, e como falei, eu nunca quis advogar, pois seguir uma carreira criminal era meu sonho, assim como o da minha irmã, que também estuda direito e pretende prestar concurso para a polícia. Mas na família, em si, eu fui a primeira a ingressar na carreira de delegada.
Na verdade existe uma preocupação por se tratar de polícia, mas o apoio sempre existiu. Até mesmo dos amigos, que também sabiam que era o que eu queria e me deram a maior força para me sentir realizada.
E isso é importante. Quando você exerce uma profissão que você se identifica, você trabalha com amor e tem reflexo no resultado do seu trabalho, que acaba sendo positivo.

Foi difícil chegar ao cargo?
Foi um grande caminho. Depois de formada prestei concurso em 2005 e junto com outros 25 novos delegados, fui nomeada em 2007. Os outros 11 estão começando agora. Fiz prova escrita, objetiva, teste físico, psicológico. Depois veio o curso, que foi muito bom.
A maioria dos nossos professores eram delegados e nós tivemos a oportunidade de trocar informações com delegados mais experientes, que estão há muitos anos na profissão.
Essa é uma troca muito importante, pois eles passam a vivência deles para quem está entrando agora. Na época, antes da distribuição das delegacias em que iríamos trabalhar, nós passamos por várias delegacias da grande vitória e também foi uma experiência positiva.

Como se impor em um ambiente que é dominado pelos homens?
Eu fui delegada por um ano no interior, e lá a maioria dos meus colegas eram homens, mas nunca sofri nenhum preconceito. Aqui, na delegacia da mulher, a grande maioria dos funcionários são do sexo feminino, e aí não há esse tipo de problema.
Mas eu acho que hoje em dia essa visão machista, de que uma mulher não pode ser uma delegada de polícia já mudou. Hoje nós temos diversas mulheres ocupando o cargo de delegadas no Espírito Santo, e são todas muito competentes.
Dessa forma, nós mulheres mostramos que temos toda a capacidade para exercer esse cargo, assim como qualquer homem. Às vezes, por sermos mulheres, algumas pessoas olham meio desconfiadas, mas graças a Deus nunca sofri nenhum tipo de recriminação por isso.
Agora, é preciso saber se impor e impor respeito. É importante mostrar competência e saber ter uma postura adequada para o cargo, e mostrar que mesmo sendo mulher, temos pulso firme e competência para a função a que fomos nomeadas.

Você já sofreu algum tipo de assédio? Uma cantada...
Não. Eu sempre fui respeitada. Mas se acontecesse, não sei qual seria minha reação. Mas eu acredito que dependendo da situação, eu teria que agir com pulso firme, me impor, repreender sem deixar perder o respeito, colocando limites.

Foi um ano atuando no interior... Como foi essa experiência?
Foi muito boa. Eu passei um ano como titular nas delegacias de Montanha, Mucurici e Porto Belo. E para nós recém formados é muito importante, porque é uma experiência muito construtiva.
E eu vou ter sempre um carinho muito grande por essas cidades porque eu fui muito bem tratada, muito bem acolhida e tentei fazer o melhor trabalho possível.
Por ser interior, você consegue ter um acesso mais próximo de juízes, da justiça. E nesses município os juízes eram ótimos. Nós conseguíamos fazer um trabalhão integrado muito bom, entre justiça, Polícia Militar e promotores. Foi muito legal, uma experiência única.

E quando você assumiu a delegacia da mulher?
Foi em junho e o primeiro caso de repercussão que peguei foi o da vendedora atacada por um rapaz quando abria a loja, em Jardim da Penha. Eu tinha acabado de assumir a delegacia. Infelizmente ainda não conseguimos prendê-lo, mas tenho certeza que ele ainda vai ser encontrado.

Quantas pessoas já conseguiu prender atuando aqui? Quantos casos já foram denunciados?
Já fizemos várias prisões em flagrante, faz parte do dia-a-dia. Agora denúncias... São feitos em média 150 boletins de ocorrências por mês. Desde o início de 2008, 800 inquéritos já foram instaurados.

O número de crimes contra mulheres cresceu ou elas estão denunciando mais?

Na verdade, a violência contra a mulher sempre existiu. A gente sabe que ela é fruto de uma sociedade machista, de formação patriarcal. Porém, a Lei Maria da Penha, que é de 2006, trouxe diversos mecanismos de proteção para as mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, as mulheres tem se sentido mais encorajadas e mais confiantes de denunciar esses agressores.
Nós trabalhamos com essa conscientização. A lei está cada vez mais divulgada e difundida, e as mulheres estão conhecendo seus direitos.
Com essa lei, agora a mulher pode pedir medidas protetivas de urgência, que permite à vítima de violência doméstica solicitar, por exemplo, o afastamento do agressor de dentro de casa; o juiz pode determinar que esse homem mantenha uma distancia mínima da vitima, de sua família e de testemunhas, de 500 metros por exemplo, e até proibir o agressor de freqüentar certos ligares.
Antigamente, uma agressão corporal contra a mulher era considerada crime de menor potencial ofensivo e era feito um termo circunstanciado. Em geral, o agressor acabava pagando uma cesta básica, prestando serviços, e isso não pode mais acontecer. Agora o agressor pode até ser preso em flagrante, e é instaurado um inquérito policial. Assim, a mulher se sente mais confiante.

E os planos para o futuro?
Aqui na delegacia da mulher o meu desejo e fazer o melhor trabalho possível, dando um tratamento especial para as vítimas de violência doméstica, com mais agilidade e rapidez, porque ela é uma vítima especial e merece todo um cuidado específico.
Profissionalmente, pretendo iniciar um mestrado no ano que vem, em Direito Penal, e defender uma tese relacionada à violência doméstica e familiar contra a mulher, para aprimorar meus conhecimentos e poder fazer um trabalho cada vez melhor, tanto de atendimento às vítimas, quanto na resolução dos casos.
Mas eu estou realizada profissionalmente. Estou muito feliz onde estou, e pretendo me especializar, para aprimorar meu trabalho.
Além disso, acredito que os novos delegados, jovens assim como eu, com média entre 25 e 27 anos, com gás, podem contribuir muito para a segurança pública do estado.
Acho legal o investimento do governo, com a contratação dessa turma nova, com vontade de trabalhar, para ajudar aos que já estão atuando, que também estão trabalhando para acabar com a criminalidade no Espírito Santo. Nós só viemos para somar.
Eu tenho orgulho de trabalhar na Polícia Civil do estado e espero, como capixaba, que eu possa ajudar a melhorar a segurança no Espírito Santo.


*Entrevista também publicada no jornal A Tribuna de domingo, dia 20 de julho, de 2008. Aqui sem edição e sem cortes.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

A nossa paixão


VALEU FLUSÃO!

Pela raça e força de vontade!

O importante é que ACREDITAMOS e LUTAMOS até o fim! Se não ganhamos, é porque existe um time que também lutou muito e brigou muito até aqui. Como foi linda esta quarta-feira! O jogo de ontem, a nossa determinação, o SHOW da nossa torcida - que deixou o Maraca lindo, com as três cores do nosso coração, como JAMAIS alguma torcida já fez.
Infelizmente, não levamos o título, mas deixamos a certeza, para qualquer torcedor de outros times que torceram contra, que não existe torcedor mais apaixonado e vibrante no Brasil como o TRICOLOR do Rio.

Parabéns LDU pelo futebol, pela noite inspirada do goleiro catimbeiro, pela BURRICE do juiz, e pela sorte, porque afinal de contas, ela acompanha os vencedores. Além disso tudo, o jogo de ontem serviu para aumentar ainda mais a minha paixão, e com muito mais vontade de gritar: EU ACREDITO! Que vamos dar a volta por cima e quem sabe chegar novamente à Libertadores e a outra final.

Para os flamenguistas que estão achando o máximo essa derrota, minha compaixão, porque vcs estão MORENDO DE DOR DE CUTUVELO, já que não conseguiram fazer o que o FLUSÃO FEZ: ser a melhor equipe da competição, e que por errar em apenas um jogo (EM QUITO), foi castigado assim. No mais, podem comemorar, afinal, somente os fracos de espírito vibram com a derrota alheia.

MINHAS SAUDAÇÕES!

Não estou abalada, pelo contrário, ESTOU MUITO FELIZ pelo futebol que meu time mostrou.

*Tá certo, admito. A taça estava em nossas mãos, e pela inexperiência do Renato - que falhou e muito ao recuar o time quando precisávamos de um gol, apenas um! - a deixamos escapar das Laranjeiras. É triste, mas agora é bola pra frente.

FORÇA Flusão!!